miércoles, 5 de diciembre de 2012

O Advento: Por que esperar, se o futuro já chegou?



POR QUE ESPERAR, SE O FUTURO JÁ CHEGOU?


     Qual o sentido da repetição anual do tempo do Advento: período de preparação para o Natal? A lição do mistério de Cristo é tão profunda, resta sempre muito mais para aprender e, sobretudo para praticar.
     Em sentido mais exato, o Advento não volta: o de agora não é o mesmo do ano passado. É muito mais do que uma fase do Ano Litúrgico. Porque é uma atitude na vida. É um incentivo à responsabilidade e a decisão. Encontra-nos agora em uma situação bem concreta: acrescida de novas experiências com disposições mais ou menos favoráveis. Portanto suas repercussões também serão diferentes.
     O Advento é lembrança do que foi de Jesus de Nazaré que já veio. Mas não é fixação no passado. Essa recordação está a serviço da esperança no Senhor que há de vir. Por isso é uma memória inquietante. Porque nos coloca frente a frente com o futuro e nos situa no presente.
     Com essa palavra os pagãos queriam indicar a vinda do seu deus. Num determinado dia do ano expunham  ao culto à sua estátua, certo de que ao mesmo tempo se tornaria presente no meio dos seus fiéis, disposto a distribuir suas bênçãos e a conceder os seus favores. A palavra «ADVENTO»  significava também a visita de um rei a uma cidade, ou então indicava o dia da coroação do soberano. Os cristãos aplicaram todos esses significados à « Vinda » ao mundo do próprio Deus que se manifestara em Jesus; reservaram, porém o termo « Advento » para o período dedicado à preparação desta "visita".
     As « Novas Normas Universais sobre o Ano Litúrgico » formulam um enunciado fundamental sobre o sentido de preparação do tempo do Advento, e, deste modo, nos dão as diretrizes para a sua celebração litúrgica: « O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio dessa lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa ». (Adolf Adam-Ano Litúrgico).
     A vigilância e a esperança são virtudes que estão muito presente neste tempo do Advento. Mas as duas precisam ser ativas, ou seja, devem nos levar a agir para transformar a nossa vida e encher-nos de alegria, "porque a esperança não decepciona".
     A esperança é como uma raiz que perpassa por toda a História da Bíblia. Nos alimenta no tempo presente a vivermos na feliz expectativa. Eu posso esperar: pela chuva, pelas férias, pelos amigos, por dias melhores. Esperar pela ajuda de Deus, de forma confiante e ansiosa. "E agora, Senhor, o que posso esperar: Minha esperança está em ti !" (Salmos 39:8). "Pois minha esperança és tu, Senhor, Javé é minha confiança desde a juventude" (Salmos 71:5). As agressões sofridas que provocam aflição e angústia; o sentimento de incapacidade de superar as agressões; a fé em Deus ouve o clamor dos que sofrem. «Só em Deus, ó minha alma, repousa, dele vem a minha esperança» (Salmos 62:5). O berço da esperança é o sentimento de incapacidade de alcançar a plena paz e bem-estar por meio dos méritos humanos. A esperança está posta em Deus, o profeta Jeremias torna isso claro quando declara: «Javé como esperança de Israel» (Jeremias 14:8). «Deus é a fonte de todo bem pelo qual todo ser humano pode esperar» (Salmos 130:5).
     Ontem, hoje, amanhã, nossa vida está estruturada com base no tempo. Porém o presente é o único momento no qual vivemos verdadeiramente e que devemos utilizar segundo a vontade de Deus. Não podemos mudar o passado e o amanhã não nos pertence. Hoje e não amanhã, devo me aproximar do Senhor Jesus para escutar sua Palavra.
     São os arautos da esperança que repetem a todos que para o reino do mal não há futuro, que ajudam a descobrir em qualquer situação o caminho para a renovação para a reconstrução da vida, que aos olhos dos homens podem aperecer fadada à ruina.
     Viver em estado de Advento é viver em tensão entre o «já» e «ainda não». Porque Jesus, que já veio, deixou uma promesa a ser cumprida: «Então verão o filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória».
     Estar aberto e atento perante o surpreendente é vigilância, é atitude cristã.


FELIZ NATAL



SOLI DEO GLORIA


REV. RUBEN DARIO DAZA B.

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